domingo, 28 de dezembro de 2008

O Livre Arbítrio

Muito se fala de livre arbítrio, sempre muito próximo a qualquer movimento religioso. Em uma primeira visão, até um pouco simplista, nos leva ao pensamento da possibilidade de tomar as decisões que bem entendemos.

Mas vai além, o livre arbítrio, assim como qualquer direito, traz deveres e responsabilidades. Se toda ação gera uma reação, toda ação é acompanhada pela responsabilidade das consequências desta ação.

Como umbandista, ouço muitas histórias de pedidos de 'ajuda', tais como: "Devo mudar ou continuar no mesmo emprego?", "Devo ficar ou mudar pra outra cidade?" e até "Devo escolher quem pra namorar?", questões de diferentes âmbitos mas com um ponto comum, a transferência da responsabilidade, a transferência do livre arbítrio.

Se a vida é feita de escolhas, como posso permitir que alguém escolha por mim? Essa questão não é exclusiva dos frequentadores dos terreiros de Umbanda, mas de qualquer pessoa que caso tenha sucesso, abraçará todo o mérito, mas se falhar, transferirá a responsabilidade para um guia espiritual, pastor ou padre.

A religiosidade deve ser maior que qualquer questão desse tipo. Ao nos ajoelharmos diante de um guia espiritual ou durante uma oração, nossos pedidos não devem ser direcionados para a solução do problema, mas para a clareza e certeza de que no momento que devamos tomar essa decisão, que ela seja certeira e precisa, que não hajam dúvidas e que todas as possíveis consequências já sejam conhecidas.

O lívre arbítrio vai além da vontade individual é uma composição formada por uma vontade divina (ou poder maior), momento e vontade pessoal.

Onde, diante da vontade divina sua decisão deve ser útil, até mesmo para mostrar que você estava errado e que deve pensar melhor antes de agir. Diante do momento, tudo deve se encaixar no eixo espaço e no eixo tempo, qualquer ação tomada agora gera um futuro diferente, um sim ou um não, por mais simples que seja pode desenrolar em caminhos completamente diferentes. E a escolha pessoal, essa mesma ação deve ter algum sentido para a pessoa que a está tomando.

Toda essa composição nos mostra claramente a responsabilidade dos nossos atos em nossas vidas e das pessoas que nos acompanham.

Supondo que tais histórias sejam reais, se Newton não decidisse se sentar sob uma macieira, não haveria lei da gravidade, se Franklin não decidisse amarrar um pedaço de metal e empinar uma pipa em plena tempestade não provaria que raios e relâmpagos são descargas elétricas.

Imagine uma mãe que desiste de ter um filho, não está alterando o caminho de toda uma nova vida e de todas as pessoas que passariam por essa vida?

Portanto, devemos pensar e refletir em cada ação e em cada palavra, não por cautela ou receio, mas para assegurar sua consciência na ação e nas consequências que com ela virão. Pois essa consciência é que nos dá a certeza que construímos um passado e podemos contruir um futuro.

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