quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O que precisa mudar...

Polícia abre inquérito para investigar intolerância religiosa em sala de aula
Professora teria expulso aluno chamando-o de ‘filho do demônio’. 
Dossiê é levado ao Conselho de Defesa da Criança e do Adolescente.

A polícia do Rio investiga uma denúncia de intolerância religiosa na Fundação de Apoio a Escola Técnica (Faetec), em Quintino, no subúrbio do Rio. O fato ocorreu em junho de 2008, como noticiou o jornal "Extra" no domingo (25), quando Felipe Gonçalves Pereira, de 13 anos, foi expulso da sala de aula por uma professora e chamado de “filho do demônio” por usar no pescoço um colar de contas típico dos adeptos de religiões de origem africana. O caso foi parar na delegacia, mas só agora, em janeiro, foi instaurado um inquérito.
 
“Eu assumi a delegacia em dezembro, não tinha conhecimento do registro. Por coincidência, há 15 dias, tomei conhecimento do caso. O inquérito está instaurado e está em andamento. Mas o processo não estava parado, a professora chegou a ser ouvida”, explica o delegado Carlos Henrique Machado, da 28ª DP (Campinho).

Segundo o delegado, o adolescente e sua mãe ainda prestarão depoimento e o inquérito deverá estar concluído em 30 dias, quando será encaminhado ao Ministério Público. A demora na investigação levou o advogado Carlos Nicodemus, coordenador jurídico da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, a protocolar uma petição na delegacia em 21 de janeiro pedindo a continuidade das investigações.

“Ele passou por um conjunto de situações constrangedoras e chegou a perder o ano escolar”, disse.
 
Dossiê
Nicodemus entregou nesta terça-feira (27) ao presidente do Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente, Siro Darlan, um dossiê sobre o caso. O documento conta que as agressões da professora, muitas vezes na frente dos seus colegas, teriam ocorrido desde o inicio do ano letivo, em 2008, e culminaram com sua expulsão da sala de aula.
 
No dossiê, a comissão pede que o caso seja monitorado pelo conselho e que seja realizada uma audiência pública para a promoção de debates e proposições sobre o direito à liberdade religiosa de crianças e adolescentes. O documento solicita ainda medidas junto aos órgãos competentes para apuração do caso.

fonte: G1
Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo

Felipe numa sala de aula da Faetec: escola pediu desculpas ao aluno e sua família (Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo)


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